Recentemente ouvi um absurdo, vindo de um cara de 43 anos (declarados pelo mesmo). O pior é que o papo se passou num ambiente de trabalho, onde eu não podia dar a resposta merecida, no tom merecido.
O cidadão tinha acabado de saber que eu sou vocalista de uma banda de Metal, e me olhou de cima a baixo, com ar de desdém e primeiro perguntou:
- Mas você gosta mesmo disso???
Achei que ele não curtisse Metal, mas em seguida o cara falou que era fã, já tinha sido cabeludo, já teve banda, já tocou baixo... Mas ele prosseguiu: - Mas você canta mesmo???
E continuava com o olhar de dúvida e desdém.
- Mas que esquisito, mulher que gosta de Metal... Geralmente nenhuma gosta.
Aí eu não aguentei e disse: O que tem de esquisito em gostar de Metal? Você também gosta, não gosta?
- Pô, mas eu sou homem! E me fala uma coisa... Você consegue arrumar namorado assim?
Meu Deus... Que absurdo... Mas ainda fui educada (estava numa situação em que precisava sê-lo) e respondi que isso nunca foi problema, inclusive eu sou casada. Aí veio mais uma pérola:
- Sério? E o seu marido deixa você participar dessas coisas???
Respirei fundo, contei até 1.500 e disse que não só "deixa", como meu marido também é cantor de uma banda de Metal, nos conhecemos no meio musical, etc...
Vou resumir o resto da história pra não ficar chato. O cara continuou duvidando que eu conhecesse algo de Metal ou de Rock, até que, pra encerrar o assunto, ele mandou a pérola final:
- Tá, você pode até ter banda, mas você tem que concordar comigo que Rock, Heavy Metal, essas coisas... Isso é coisa de homem, né? Mulher não deveria se meter...
Nesse momento eu consegui dar um jeito de escapar da situação e cortar a conversa. Até porque, numa hora dessas, não vale a pena perder tempo argumentando, não vai adiantar de nada.
O que me deixa pasma, é que um cara de 43 anos ainda é bem novo, para ter uma visão preconceituosa dessa. Ele certamente é da geração que viveu o boom do Metal no Brasil, e deveria se orgulhar de ter vivido isso e de que o Metal esteja aí vivo, até hoje, em vez de ficar regulando quem "pode" ou "não pode" participar. A persistência do Metal até hoje, em parte se deve a essa geração, que "abraçou a causa".
Acho mais lamentável ainda a premissa de que "rock é coisa de homem", acho que nem minha avó pensava isso... Simplesmente patético.
Mas é isso aí, o lance é que o Metal é para quem gosta, seja homem, mulher, cachorro, papagaio... O que importa é curtir o que se faz!!
Partiu Heavy Duty hoje à noite! Abraços a todos!
O cidadão tinha acabado de saber que eu sou vocalista de uma banda de Metal, e me olhou de cima a baixo, com ar de desdém e primeiro perguntou:
- Mas você gosta mesmo disso???
Achei que ele não curtisse Metal, mas em seguida o cara falou que era fã, já tinha sido cabeludo, já teve banda, já tocou baixo... Mas ele prosseguiu: - Mas você canta mesmo???
E continuava com o olhar de dúvida e desdém.
- Mas que esquisito, mulher que gosta de Metal... Geralmente nenhuma gosta.
Aí eu não aguentei e disse: O que tem de esquisito em gostar de Metal? Você também gosta, não gosta?
- Pô, mas eu sou homem! E me fala uma coisa... Você consegue arrumar namorado assim?
Meu Deus... Que absurdo... Mas ainda fui educada (estava numa situação em que precisava sê-lo) e respondi que isso nunca foi problema, inclusive eu sou casada. Aí veio mais uma pérola:
- Sério? E o seu marido deixa você participar dessas coisas???
Respirei fundo, contei até 1.500 e disse que não só "deixa", como meu marido também é cantor de uma banda de Metal, nos conhecemos no meio musical, etc...
Vou resumir o resto da história pra não ficar chato. O cara continuou duvidando que eu conhecesse algo de Metal ou de Rock, até que, pra encerrar o assunto, ele mandou a pérola final:
- Tá, você pode até ter banda, mas você tem que concordar comigo que Rock, Heavy Metal, essas coisas... Isso é coisa de homem, né? Mulher não deveria se meter...
Nesse momento eu consegui dar um jeito de escapar da situação e cortar a conversa. Até porque, numa hora dessas, não vale a pena perder tempo argumentando, não vai adiantar de nada.
O que me deixa pasma, é que um cara de 43 anos ainda é bem novo, para ter uma visão preconceituosa dessa. Ele certamente é da geração que viveu o boom do Metal no Brasil, e deveria se orgulhar de ter vivido isso e de que o Metal esteja aí vivo, até hoje, em vez de ficar regulando quem "pode" ou "não pode" participar. A persistência do Metal até hoje, em parte se deve a essa geração, que "abraçou a causa".
Acho mais lamentável ainda a premissa de que "rock é coisa de homem", acho que nem minha avó pensava isso... Simplesmente patético.
Mas é isso aí, o lance é que o Metal é para quem gosta, seja homem, mulher, cachorro, papagaio... O que importa é curtir o que se faz!!
Partiu Heavy Duty hoje à noite! Abraços a todos!